Tu ou você?

07:42 Rui Pereira 0 Comments

Muitas foram as vezes em que esta dúvida surgiu no pensamento. Quando era criança ficava sempre com esta questão interna. Se tratava por você o colega ria-se. Mas se tratava a mãe do colega por tu levava com um olhar severo...
Com o tempo vamos afinando a nossa percepção e intuindo qual será a melhor forma de tratamento. Há diferença entre culturas e países. Em  Espanha, tu é comum e quando vou ao Brasil, o você está amplamente vulgarizado. Segundo algumas vozes, você deriva de "vossa mercê", o cumprimento que os nobres utilizavam entre si.
A minha formação de base é turismo e gestão hoteleira e tive a oportunidade de passar, enquanto funcionário, por vários cenários de atendimento. 
Neste ambiente em que o cliente muitas vezes é desconhecido ( visita o hotel pela primeira vez) , observei alguns pais a ficarem vermelhos quando alguém tratava os filhos por tu. Se quer o seu hotel em boa conta, eduque os seus funcionários a trataram toda a gente por você, incluindo bebés de berço e chupeta...

Nas aulas que dou, trato toda a gente por você. Na realidade, dentro da sala de aula há a relação entre aluno e professor, ou entre mestre e discípulo. A prática que eu ministro tem raízes na Índia e lá, nos locais onde esta prática se faz de uma forma séria e disciplinada, é um conhecimento maioritariamente valorizado por pessoas de boa educação. Não me ofendo se alguém me trata por tu durante a aula. Ao longo dos anos fui criando laços de amizade com os alunos mais antigos e é natural que isso aconteça, tanto da parte do aluno como da minha parte. Fora da sala de aula até faço questão que os meus alunos me tratem só por Rui!

A minha visão: pessoas com menos educação ( não tem nada a ver com dinheiro, só estou a falar de educação e civilidade) utilizam mais vezes o tu. Vão a um hospital e tratam toda a gente por tu. No posto de combustível, na padaria, nas redes sociais, na assembleia de voto varrem tudo com o tu. Tudo é tu.
Quando eu sinto que há abertura para tratar alguém por tu, faço sempre a pergunta necessária
e averiguo a viabilidade do tratamento. Já vi também pessoas a comprometerem o seu percurso profissional e a sua relação afetiva por terem utilizado o tu no momento errado...

E você? O que tem a dizer sobre isto? O você afinal é "snob" ou é adequado? Gosta que o tratem sempre na segunda pessoa do singular?

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Seja agressivo!

04:03 Rui Pereira 0 Comments

Este artigo contraria muito daquilo que tem lido sobre a questão da agressividade e da sua utilização no trabalho, na vida pessoal ou familiar. 
O que se passou comigo? Bati com a cabeça? Fui perseguido por um grupo de zombies? Roubaram-me o carro? Passaram à minha frente no supermercado? O IVA aumentou? 
Não, relaxe, nada disso...
Esta semana estava a assistir a um debate na televisão. De um lado tínhamos contras e do outro prós. O comum dentro dos debates. No meu caso, eu não debato assuntos. Só falo com quem está de acordo. Se eu sei que vou abordar um assunto com uma pessoa que tem uma posição totalmente oposta, faço uma proposta: concordamos em discordar. Discutir gera emoções e as emoções viciam.
Você quer ficar viciado em discussão? Tudo bem, eu não. 
Voltemos ao debate: de um dos lados tínhamos argumentos, gestos que ajudavam na comunicação, firmeza, discurso trabalhado, tom de voz audível e indicações à plateia imensa que assistia. Do outro lado havia descontração, falas mansas, argumentos pobres, brincadeira e moleza, muita moleza. Não vou teorizar sobre o assunto, aliás nem tenho opinião formada sobre o assunto que estava em debate. Resultado: a bancada dos prós até parecia que tinha diminuído de tamanho no final do debate. Foram encolhidos pela opinião do publico presente no local e pela sua falta de preparação geral.
Boa linguagem, boa postura corporal, bons argumentos e, sobretudo, uma preparação minuciosa do debate são fundamentais para que o seu ponto de vista seja escutado.

Rui, e a agressividade? A agressividade que eu falo é a agressividade positiva, canalizada para que você seja respeitado.
A bancada perdedora era mansa. Quando queriam falar todos os outros abafavam o discurso e o apresentador nem valorizava o atropelo. Faça valer os seus direitos sempre que comunica. Seja positivamente agressivo. Mencione a falta de respeito que o outro lado está a ter consigo e coloque em questão a educação da pessoa que está no debate, pois ela está a faltar ao respeito a alguém. Se a outra pessoa for desequilibrada, é preferível sair de um debate do que ficar a levar pancada até ao final sem conseguir dizer nenhum argumento.

Revele a sua autoridade sobre o assunto. Puxe dos galões porque você é especialista no assunto. Se não é entendido na matéria, não aceite o convite para o debate. Depois, a sua posição tem que ser bem marcada no início. Cão mordido toda a gente quer morder, por isso, no começo do debate, demonstre de uma maneira convicta, que a si ninguém morde.  

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3 dicas para começar o dia

07:18 Rui Pereira 0 Comments

Começar o dia é um desafio grande para muita gente. Levantar o corpo da cama por vezes assemelha-se ao mesmo esforço que um halterofilista faz para elevar mais 200kg.
Há várias opiniões sobre a melhor forma de acordar. Hoje, eu vou escrever sobre as 3 dicas que eu aplico diariamente e que resultam! Bem, diariamente não: um dia por semana eu rasgo o plano para que ele não se torne uma obsessão mas sim um prazer, algo que me dá gosto em cumprir.

1ª dica: coloque o despertador longe da cama. Sim, pode parecer polémico mas a partir do dia em que eu coloquei o despertador noutra divisão da casa que não o quarto onde durmo, o despertar não teve retorno. Acordar, desligar o despertador e voltar a dormir é mau. Começa o dia com um adiamento. Isso vai impactar em tudo. Adiar começa a ser o seu nome do meio.

2ª dica: beba água. Depois de desligar o despertador, a tarefa seguinte é beber um copo de água. Há quem elabore bebidas de frutas ou outras mais complicadas. O meu conselho? Simplifique. Curto e rápido. Sinto que acorda o meu organismo e me predispõe para a ação.

3ª dica: faça alguma coisa que goste. No meu caso, mergulho numa hora de Yôga. Reeduco a minha respiração, limpo o meu corpo e fortaleço-o, pratico descontração e no final medito. Tudo isto numa prática com mais de 5000 anos de teste. Durante este momento, há lugar à gratidão e à reprogramação emocional, entre outras coisas.

Se estas 3 dicas lhe pareceram difíceis de implementar, comece só com a primeira. Evite querer fazer tudo perfeito na primeira vez e começar com correrias logo ao acordar. Viver sempre com pressa e no pico de stresse só acelera a sua corrida para o caixão...

Hei Rui, espera um pouco!
Desligar o despertador+beber água e ir ao wc+uma hora de Yôga= 1h15 ? Certo, é mais ou menos isso. Quer uma quarta dica? Deite-se mais cedo. 
Feche este artigo, desligue o smartphone e vá dormir. Mas sobre horários falarei no próximo artigo. 
Bons sonhos!

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Comentar ou desligar?

15:19 Rui Pereira 0 Comments



Fazer um comentário sobre qualquer tema numa rede social é um verdadeiro tiro no escuro. 
A probabilidade da opinião cair no extremismo é grande. É grande porque o grau de proteção é aparentemente elevado. Você está dentro da tela e não num estádio de futebol a gritar pela sua equipa no lado contrário da bancada. 
Pense um pouco: o que ganha com isso?
Qual foi a ação concreta que isso gerou?
Se tem dúvidas quanto ao comentar ou desligar, eu aconselho vivamente a terminar a sessão e a desligar.
Podemos comprometer a nossa imagem, o nosso relacionamento afetivo ou até prejudicar uma amizade por causa de uma opinião extremada. Uma forte dor de cabeça, o trânsito caótico ou um chefe bastante azedo podem fazer com que você expresse a sua raiva numa qualquer opinião.
Demonstrar desacordo é difícil. Há a tentação de descarregar o balde e dizer poucas e boas nas redes sociais. Se você telefona ou fala pessoalmente com a pessoa, provavelmente utiliza outra linguagem e algum mal entendido fica ali encerrado.
Ao fazer isso numa rede social, todos os seus amigos podem ficar surpresos com a sua reação. 

Evite também a expressão "algumas pessoas", "há gente", "esta gente". Todos os seus amigos vão pensar que poderá estar a dirigir-se a eles. Exemplo " há gente não têm educação nenhuma" . Generalizar num café atinge 10 ou 20 pessoas. Numa rede social afeta milhares e limpar o que foi dito é quase impossível. Ninguém vai querer saber do seu arrependimento. O que gera polémica não é o arrependimento...

Ser exagerado é uma tentação recorrente. "Está tudo mal com a minha vida". "Já não há esperança para este mundo". "Os adeptos do clube X são todos parvos" . Será que ganha amigos e oportunidades da sua vida ou acontece o contrário?
 
Ok, isto é muito bonito mas...se eu estou com esta raiva toda onde é que eu descarrego?
Fácil, marque uma aula particular comigo. Tenho imensas técnicas e dicas para lhe passar!

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