Aqui ou online?

14:28 Rui Pereira 0 Comments



Vivemos num tempo em que as lojas virtuais e o mundo online têm um peso extraordinário nas nossas opções e decisões de compra. Além disto, há quem disponibilize uma série de serviços online, desde o coaching a aulas de música, passando por palestras e treino personalizado.
Dou aulas de Yôga desde 2007 e já ministrei algumas práticas por Skype. Já fiz também aulas e cursos recorrendo à videoconferência. Acho interessante recorrer a este meio dado que as distâncias se encurtam e é possível chegar a um conhecimento que de outra forma seria muito mais dispendioso.
Todavia, discordo da sua utilização permanente. Senão vejamos: imagine que convidava 20 pessoas para a sua festa de aniversário. Essas mesmas 20 pessoas confirmavam a presença mas participavam através de videoconferência. Há quem aprecie esta forma de festa e se sinta bem em comunicar apenas pelo Skype ou Messenger. Pensemos agora nas consequências futuras desta opção: deixa de estar fisicamente com os seus familiares e amigos, deixa de receber abraços e sentir o calor da presença humana e passa a viver uma falsa realidade. Toda a gente gosta de si e lhe enviou presentes mas, objetivamente, ninguém foi à sua festa. 
Para mim, o melhor presente que me podem dar é a presença. Ninguém substitui a sua presença. Nada. Não há dinheiro no mundo que pague a sua presença ou outra pessoa que o possa substituir.
O mesmo se passa com uma relação conjugal. Afeto à distância é um falso afeto. Sei que há muitas famílias que estão distantes devido à emigração e a outros constrangimentos. Acontece que a probabilidade da relação conjugal acabar aumenta.
Como referi acima, dou aulas por videoconferência mas são exceção à regra. Para mim a regra é estar com as pessoas. Ir a casa dos meus clientes ou a outro espaço escolhido, cumprimentar, abraçar, ouvir, olhar, rir, alongar, fortalecer, descontrair e concentrar. 
Aqui ou online?
Eu prefiro aqui, porque nada substitui a presença de uma pessoa.

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Não consigo dormir!

14:31 Rui Pereira 0 Comments




Não consigo dormir…

Dormir bem, se é que é possível fazer uma definição clara desta expressão, significa que o tempo que investiu no seu descanso foi proveitoso.

Há um sentimento quase de culpa quando passamos uma noite inteira às voltas na cama. Ficamos a pensar: “não dormi nada e podia estar a fazer outra coisa qualquer”. Já ouvimos falar do poder reparador do sono e dos seus efeitos na nossa saúde física e mental. Chegar até esta homeostasia sem um sono de qualidade é praticamente impossível. Não vou abordar estatísticas nem envolver-me em discussões científicas sobre ondas cerebrais.

Vamos falar de coisas ainda mais concretas: o que é que afeta a qualidade do seu sono? Sinceramente, a maioria dos fatores são de conhecimento geral. O café, uma refeição pesada, o exercício físico tardio e…como foi o seu dia quanto à relação que teve com os demais da sua espécie?

- Discutiu com o colega de trabalho?

- O ambiente laboral é conflituoso?

- Ficou com os nervos à flor da pele porque alguém o irritou no trânsito?

- Gritou com o cônjuge, com um familiar ou com um amigo?

Se isto é uma constante no seu dia, ou tem uns nervos de aço ou não há medicação que o salve. O seu comportamento face a situações adversas, a forma como sublimou uma emoção mais pesada e a sua atitude face a situações de stresse vão também interferir na qualidade do seu descanso.

Ao chegar a hora de dormir, o corpo vai continuar tenso e as emoções e os pensamentos vão funcionar como turbinas dentro do seu cérebro.

Mas…o objetivo não era descansar? Dormir e recarregar baterias?

Adiar o seu descanso é permitir que o seu corpo entre numa zona séria de desconforto, com consequências bastante conhecidas.

Nas minhas aulas privadas, tenho conseguido ajudar diversas pessoas a diminuírem as suas tensões, a atenuarem a influência de ambientes corrosivos sobre as suas vidas e a melhorar o relacionamento com o mundo em volta.

Por isso, quando me perguntam o que eu faço na vida, eu respondo: ajudo pessoas!
Até ao próximo artigo :) 



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Sim, você precisa de um guru!

14:57 Rui Pereira 0 Comments

Hoje em dia é comum ouvirmos a expressão "eu não preciso de um guru, eu viro-me sozinho".
Estou em crer que isto acontece porque já muitas pessoas foram enganadas pela palavra guru, ou pelo seu significado. Na realidade, guru significa professor. Na Índia é entendido como isso
mesmo que leu: um professor. Nas suas obras, o professor DeRose explora esta realidade com uma clareza notável.
No ocidente é comum associarmos a figura do guru a um líder espiritual, a alguém que é superior aos demais habitantes da terra. Uma personalidade envolta em roupas orientais, com uma barba grande e um olhar severo. Nada disso...
Temos o guru do marketing, o guru de yôga, o guru da economia, o guru do astronomia. Agora subsitua a palavra guru por professor. Pronto, deixou de parecer estranho.
Apesar de ser uma pessoa bastante jovem ( acho eu que 35 anos ainda é uma plena juventude :) ) já tive vários trabalhos, já ocupei várias posições em diversas empresas. Em todas elas precisei sempre de um professor, de um orientador, de um colega mais velho, de alguém que me dissesse por onde começar. Admito que só pararei de aprender quando der o último suspiro e que vou precisar de um guru, ou vários, para continuar na senda da aprendizagem.
Sim, eu preciso de um guru!

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Você e o seu carro têm coisas em comum

08:04 Rui Pereira 0 Comments

Hoje trago um texto do livro "Viver sem chefe", de Sergio Fernández.

"Da mesma forma que o seu carro não pode funcionar indefinidamente sem parar num posto de gasolina ou sem fazer revisão de manutenção de vez em quando, o que lhe parece normal, também você não pode funcionar indefinidamente sem ir de vez em quando à bomba de gasolina e à oficina. Fazer todos os dias algo que o motive é ir ao posto de gasolina; é algo que precisa de fazer com frequência, quer queira quer não. Demora algum tempo, mas é essencial, senão o carro acaba por parar. As revisões são as férias, dos dias de folga ou oferecer-se algum luxo extra, de vez em quando. E extra não significa mais caro.
Aconselho-o a encontrar algo que o motive e a fazê-lo diariamente, ou a encontrar algo diferente todos os dias. É igual. Pode ser parar a meio da manhã para tomar um sumo natural ou para ouvir ou, melhor ainda, dançar ao som dessa música que tanto gosta; pode ser ver um filme, ir ao teatro ou ler a imprensa nacional ou internacional; ou pode ser perder meia hora para telefonar a alguma pessoa querida, com quem há muito tempo não conversa, ou, melhor ainda, ir encontrar-se com ela; ou escrever ou responder a e-mails pessoais, ou entrar nesse café de que tanto gosta e tomar algo, ou passear um pouco pela Internet, fazer desporto ou inscrever-se num curso de flamenco ou de cozinha japonesa...seja o que for, não importa, mas todos os dias tem de encontrar um momento, às vezes mais, outras menos, para fazer algo que o motive. Além de ser uma passagem pelo posto de gasolina, é uma forma de manter a autoestima elevada para continuar a funcionar a cem por cento por tempo indeterminado.
Além de pôr gasolina no seu veículo, de vez em quando tem de lhe mudar as velas de ignição e os pneus e fazer uma revisão para que possa continuar a funcionar. Um carro bem cuidado pode durar uma vida inteira e, similarmente, também você precisa de revisões periódicas para continuar em perfeitas condições. Um dos maiores problemas que os empreendedores enfrentam é a sua incapacidade de se desligarem quando estão longe do trabalho. A sua vida e o trabalho acabam por se misturar tanto que é difícil saberem quando estão longe dele"

Depois destas palavras, só precisa de parar um pouco e vir fazer uma aula comigo :)

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É muito difícil para mim

08:15 Rui Pereira 2 Comments

Quando iniciei a minha prática de Yôga, nem sequer conseguia sentar de uma forma confortável. As dores percorriam praticamente o corpo inteiro, desde os tornozelos até à cervical. Ao observar muitas técnicas corporais pensava para mim: como é que aquilo é possível? Apoiar o corpo só numa mão? Só numa mão? Nem falemos de flexibilidade. Qualquer ferro usado na construção civil dobrava mais facilmente do que as minhas costas. Tive a noção que, se quisesse continuar, o caminho seria árduo e longo. Jamais disse para mim que não seria capaz de reproduzir aqueles movimentos e provavelmente esse foi o "click" que me fez continuar em busca da perfeição técnica. Nunca afirmei " é muito difícil para mim". Persisti e muito tempo depois começaram a aparecer alguns resultados. Importante: tirei ( e ainda tiro) um prazer imenso da prática e deixei rapidamente de encarar a técnica corporal como um momento de dor, sofrimento e suor. O paradigma do Yôga é outro, não tem nada a ver com o desporto, com o devido respeito e consideração que este último merece.
Descobri, mais à frente, que o corpo era apenas o início do processo. A prática de Yôga vai muito mais além do aspeto físico. Veio a localização da consciência, a respiração coordenada, a mentalização e o sentimento. Fazer o que quer que seja despido de um sentimento que confere valor é logo notado por quem assiste e muda completamente a nossa perceção do trabalho.
Vamos aplicar: já escutou diversas vezes um violino. O violinista desenvolve uma determinada técnica e vai progredindo. Todavia, é provável que aquele que lhe chamou a atenção tenha depositado um sentimento mais profundo, que veio acrescentar valor à peça. Mesmo que ele não seja o mais "calejado" no instrumento, há mais hipóteses de ele triunfar.
Então, já descobriu um dos pontos para poder avançar ainda mais na prática do Yôga? Na realidade são dois: não pensar que é impossível e colocar um sentimento que lhe favoreça o progresso na prática.

Corra para aula ou (re)comece a sua prática em casa ou em grupo :)
 

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Ser interessado

14:14 Rui Pereira 0 Comments

Quando está a ser atendido num serviço qualquer facilmente se apercebe que a pessoa que o atende está empenhada em satisfazer o seu pedido e deixar uma marca de bom trabalho. Se for num café, passamos a ser clientes e a levar lá os nossos amigos. Se for num hotel e a equipa de colaboradores mostrar vontade em solucionar todos os problemas e proporcionar uma experiência única, você vai guardar esses momentos na sua memória e abordar o assunto com outras pessoas.
Tenho a sorte de ser atendido muitas vezes por um mecânico que busca resolver todas as anomalias das viaturas que conduzo, pedindo mesmo a opinião de outros colegas de profissão e muitas vezes me telefona a perguntar se o trabalho que ele fez resultou ou se há algo pendente de resolução.

Agora imagine que isto acontece com um profissional de saúde, com um personal trainer ou com um terapeuta e estes são desinteressados. Todas as situações que relatei acima não nos marcam tanto quanto um desleixo por parte destes últimos. Há muitos problemas de saúde que não estão terminantemente estudados e outros em que não há grande solução. A área das terapias está com constantes descobertas e avanços.

Recentemente acompanhei um colega cujo problema de saúde não está ainda identificado. Alguns profissionais de saúde afirmaram categoricamente que era uma coisa. Outros discordaram por completo. Outros ainda revelaram não ter a informação toda para uma conclusão convincente. Poucos revelaram interesse em estudar o caso, em estabelecer um diálogo entre especialidades médicas.

Já muitas disciplinas estudaram a quem nós contamos as nossas boas e más experiências mas há algo que muitas pessoas me falaram: o interesse. O facto de quem nos atende ou nos ser interessado em servir. Demonstrar interesse pode significar muitas coisas:  ajudar a compreender, estudar o caso, questionar, ouvir, acompanhar, consultar outras opiniões, avaliar, voltar a começar do início. Quando alguém revela interesse em nos servir sem vassalagem ou intenções enviesadas, a nossa visão sobre o trabalho dessa pessoa muda radicalmente e passamos a recomendá-la e a consultá-la mais vezes, seja essa pessoa um jardineiro, um administrativo, um médico ou um engenheiro.

De todas as vezes que prestar um serviço a alguém, imagine que o está a fazer sem receber dinheiro, apenas com a intenção de ajudar. Isso vai mudar a sua visão e trazer-lhe retornos de vária ordem.

Até ao próximo artigo :)




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